ORLANDO DANTAS – UM JORNALISTA DE SUCESSO
Orlando Villar
Ribeiro Dantas, filho de João Ribeiro Dantas e Joaquina Villar Ribeiro Dantas,
nasceu em Ceará-Mirim, no dia 11 de fevereiro de 1896. Era neto do senhor de
engenho José Ribeiro Dantas (o Zumba do Timbó) e de Antônia Balbina Viana
sendo, também, irmão de Heráclio Villar Ribeiro Dantas. Foi casado com Ondina
Portela Ribeiro Dantas, com quem teve quatro filhos.
Em 1907 transferiu-se com a família para o Recife onde, diante das adversidades
por que passava, teve que começar a trabalhar com 11 anos de idade e, nessa
época, já demonstrava o desejo de crescer na vida, com dignidade, através do
estudo e do trabalho. Estudava durante o dia, e durante a noite viu-se
vocacionado a trabalhar num peque¬no jornal, de periodicidade mensal, ao qual
denominou de “O Colibri”.
Teve incursões pelo comércio e pela indústria. Foi agente geral, para o Brasil,
das máquinas de escrever Under Wood e, diante do sucesso nesse trabalho,
elaborou um projeto para a instalação de uma indústria de artefatos de borracha
– que teve a aprovação de todos, inclusive do presidente Epitácio Pessoa, mas teve
a oposição do Congresso Nacional, por esse motivo, Orlando Dantas resolveu
abandonar o projeto.
Decepcionado com o comércio e com a indústria, decidiu dedicar-se inteiramente
ao jornalismo, que era a sua verdadeira vocação. Foi quando se mudou para o Rio
de Janeiro, em 1922, para exercer a função de diretor da “Revista Comercial e
Industrial”. A partir desta data, passou por diversos órgãos de imprensa, onde
sempre teve uma atuação de destaque.
Em 1928, resolveu, ir morar em São Paulo e lá fundou o “Diário de São Paulo”,
em sociedade com Assis Chateaubriand e Rubens do Amaral. Essa sociedade teve
breve existência. Em 1930, em face de divergências entre os sócios, foi dissolvida.
E o jornalista Orlando Dantas retornou para o Rio de Janeiro, onde fundou o “Diário
de Notícias”.
O “Diário de Notícias” foi um órgão da imprensa bastante respeitado, em razão
da coerência de opiniões numa época politicamente conturbada e agitada, que foi
a eleição de Júlio Prestes para presidente da República e, por conseguinte, a
derrota de Getúlio Vargas. O “Diário de Notícias” limitava-se a dar a
informação pura e verdadeira, quer estivesse na situação ou na oposição. Daí a
crescente credibilidade, pois não se comprometia com partidos políticos.
Em 1948, por relevantes serviços prestados, o jornalista Orlando Dantas recebeu
das mãos do general Dwight Eisenhower (à época reitor da Universidade da
Colúmbia), o prêmio “Maria Moors Cabor”, um dos prêmios mais importantes do
continente americano.
Em 1950 viajou para a França, com a intenção de pesquisar sobre as relações de
sua conterrânea Nísia Floresta com o escritor Victor Hugo e com Auguste Comte.
Do resultado dessa pesquisa, tem-se apenas um comunicado, ao Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, feito por Adauto Miranda Raposo
da Câmara, de “... mais um meritório serviço prestado...” pelo jornalista Orlando
Dantas.
Foi através do trabalho do jornalista Orlando Dantas, que se soube a
localização do túmulo de Nísia Floresta, em Rouen, na França. Entretanto, mais nada
foi divulgado, sobre esta pesquisa, seja pelo jornalista, seja pelos seus
descendentes ou sucessores.
Orlando Dantas faleceu no Rio de Janeiro no dia 1º de fevereiro de 1953 e o
“Diário de Notícias” não sobreviveu à morte do seu fundador.
Em Ceará-Mirim foi homenageado com o patronato da rua Orlando Dantas, também em
Mossoró há uma rua Orlando Dantas; no Rio de Janeiro é a rua Jornalista Orlando
Dantas, em Botafogo e em São Paulo, rua Orlando Ribeiro Dantas, no bairro Vila
Izollina.
FONTE – ACLA PEDRO SIMÕES NETO